terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Era uma vez...

Era uma vez uma rapariga que passava a vida a sorrir, saía quase todos os dias com os seus amigos, dava a mão àqueles que precisavam e mesmo aos que não precisavam, disponibilizava-se sempre para ajudar quem quer que fosse, ficava triste quando algum seu amigo estava triste e ficava contente quando os seus amigos estavam contentes. E era assim, as pessoas olhavam para essa rapariga super divertida e amiga e achavam que ela era também super feliz. O que não sabiam é que por detrás do sorriso dessa rapariga havia muita mágoa, muita mesmo. Ela gostava de ver os outros bem e era ajudando-os que ela aguentava os seus dias minimamente bem. Saía de casa quase todos os dias simplesmente para não pensar no que a fazia chorar quando estava em casa sozinha. Tentava esconder o seu sofrimento e (quase) toda a gente acreditava no seu sorriso.. É verdade, esta rapariga passou um ano a chorar às escondidas, a ter recaídas constantemente, mas ela continuava a sua vida..a sorrir aos outros enquanto esperava que algo de bom se cruzasse na sua vida. Ela tinha passado por um namoro longo, e nesse namoro aconteceram-lhe coisas pelo qual ela mais receava. Ela chorou muito, caiu no chão por não ter mais forças, e por momentos quis desistir da vida.. até que certo dia, não se sabe como, ela arranjou forças. Do outro lado, estava um rapaz que também tinha saído de um namoro longo mas que já estava a seguir em frente com outra pessoa. Certo dia, essa rapariga e esse rapaz conheceram-se através de um amigo, chamaram a atenção um do outro mas não passou daí. Na altura, ela não se interessou por ele porque ainda estava demasiado magoada com a sua última relação e também porque ele tinha namorada, e ele não se interessou por ela exactamente por isso, porque tinha namorada. E assim se passaram meses, em que se encontravam (a rapariga, o rapaz, a namorada, e o amigo) às quartas para irem jogar bowling. Passado uns 6 meses, quando ele já não tinha namorada e quando ela já tinha finalmente colocado um ponto final na história que tinha com o seu ex-namorado, algo estranho surgiu entre os dois, talvez uma química.. falaram como nunca tinham falado e brincaram como nunca tinham brincado. Como foi algo estranho que surgiu entre os dois, fingiram simplesmente que não tinha sido nada e não pensaram muito nisso (pelo menos era o que eles queriam, não pensar nisso). Continuaram a sair como amigos e continuavam a fingir que nada se passava, no entanto a confiança ia aumentando cada vez mais. A rapariga estava a passar uma altura em que não sabia o que queria e nem sequer pensava muito nisso, pensava no seu ano e na suas escolhas que tinha feito ao longo desse ano que tinham sido erradas, e arrependia-se por essas escolhas e acima de tudo pensava muito no medo que tinha pelo que pudesse mais cruzar-se com a sua vida. E o rapaz também não sabia o que queria, queria tudo e não queria nada, sentia-se confuso (tal como a rapariga se sentia também, confusa) e a única coisa que tinha certeza era que queria ir para os Comandos, até ao dia em que deixou de ser essa a sua única certeza. Passaram-se quase 2 meses e eles foram para um acampamento com uns amigos. Logo na primeira noite, enquanto que já toda a gente estava a dormir, a rapariga e o rapaz ficaram a falar. Mas para não fazerem barulho, tiveram que falar ao ouvido um do outro, e como estava escuro e não se via nada, a única coisa que se sentia eram as suas respirações. E assim passaram eles, das 2h da manhã às 6h. Tiveram uma boa conversa como dois amigos e como duas pessoas que queriam estar juntas mas como aquele momento estava a ser perfeito, tinham medo de estragar isso. Eram 6h, por isso já havia alguma claridade, deitaram-se um ao lado do outro, olharam-se, e beijaram-se. Não era preciso dizer nada, aquele momento foi perfeito, ambos tinham o que mais queriam nos seus braços, e ambos estavam felizes. Agarrados, ela adormeceu e ele ficou a olhar para ela durante 45 minutos. Namoram há 1 ano, 1 mês e meio e querem passar o resto da vida juntos. Mas a verdade é que só são o que são hoje porque o rapaz segurou bem a rapariga, mostrou-lhe que os Comandos deixaram de ser a sua única certeza pois também tinha a certeza que queria a rapariga na sua vida, fazia-lhe surpresas, mostrava o quanto gostava dela, mostrava que só a queria a ela. Por mais magoada que ela estivesse com o seu passado, e por mais medo que tivesse, ela conseguiu finalmente seguir em frente porque o rapaz soube segurá-la como mais ninguém soube. E nesse momento, ele finalmente soube o que queria, e ela encontrou finalmente a peça importante que faltava na sua vida, alguém que a amasse tanto quanto ela o amasse. Ela sabe o passado dele, e ele sabe o passado dela, ambos contaram os seus erros do passado um ao outro, e ambos sabem que nunca amaram tanto alguém como se amam um ao outro. Já passaram por muitas coisas, mas não vivem um sem o outro. Qualquer pessoa que os veja sabe que se amam perdidamente. Hoje, o sorriso da rapariga é verdadeiro. O seu nome? Joana Amorim. O do rapaz? Ivo Luís. Mesmo que eles não fiquem juntos para sempre, eles sabem que nunca se vão esquecer um do outro. Ao longo da nossa vida podemos gostar de muitas pessoas, mas o verdadeiro amor só acontece uma vez na vida.